
Essas festas "muito grandes e ups" não fazem minha cabeça. Mas ano que vem, vou fazer uma "expedição" sem montila, seguindo esse estilo. Tradição e nordeste na veia. E que São João acenda a fogueira dos nosssos corações. Mas, quem foi João?
Filho dos personagens bíblicos Isabel e Zacarias, João Batista batizou Jesus Cristo com as águas do Jordão, rio que hoje é fronteira natural entre Israel e Jordânia e entre este país e a Cisjordânia. Segundo o capítulo 1º do Evangelho de São Lucas, Isabel era prima da mãe de Maria, mãe de Jesus, o que tornava João primo em segundo grau de Cristo. Conta a tradição que quando São João Batista nasceu, sua mãe, Isabel teria acendido uma grande fogueira para anunciar o nascimento do bebê. Assim, sua prima Maria poderia saber do acontecido mesmo de longe, ao ver o sinal de fumaça no céu. João Batista é descrito na Bíblia como uma pessoa solitária, que vivia no deserto e comia gafanhotos e mel. O caminho desse homem estranho e recluso, e também profeta de grande popularidade, cruzou com o da família real da época, a do rei Herodes Antipas, da Galileia. João condenou publicamente o fato de o rei ser amante da própria cunhada, Herodíades, viúva de Felipe.
Conta São Marcos (cap. 6, vers. 17-28) que Salomé, filha de Herodíades, dançou tão bonito diante de Herodes que este lhe prometeu o presente que quisesse. A mãe de Salomé aproveitou a oportunidade para se vingar: anunciou que o presente seria a cabeça de João Batista, que já estava preso. O presente tétrico foi trazido sobre uma bandeja. A imagem de São João Batista é geralmente apresentada como um menino com um carneirinho no colo. E que foi ele, segundo a Bíblia, anunciou a chegada do cordeiro de Deus.
João fogueteiro
Apesar de descrito como um sujeito solitário, o povo se encarregou de criar o mito de que São João Batista adora uma festa barulhenta. No entanto, ele costuma dormir na noite de sua festa, 24 de junho. Se o estrondo dos fogos de artifício for alto e o clarão das fogueiras forte, o santo acorda e, festeiro que é, desce à Terra para comemorar. Mas, nesse caso, diz a tradição, existe o sério risco de o mundo acabar pelo fogo.